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residência ACHO

Este projeto faz parte do programa de residência do Arquivo ACHO e foi iniciado no primeiro semestre de 2019.

Ainda sem nome, ele traz para o debate o tema da violência contra a mulher.

A violência contra a mulher vem, finalmente tendo espaço para ser enfrentando de frente, desde o surgimento das primeiras delegacias da mulher (1985), a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (2003), a Lei Maria da Penha (2006) e outros tantas ações que começam a possibilitar a segurança para aquelas que sofrem de violência.

Esse respaldo governamental e jurídico, por mais que ainda insuficiente e falho, nos permite falar com mais segurança sobre as causas dessa violência e a possibilidade de trabalharmos isso como sociedade, confrontando conceitos socioculturais que legitimam esse tipo de violência.

Ao olhar para as estatísticas estatísticas, fica muito claro que, se não somos nós que estamos sofrendo algum tipo de violência (seja ela psicológica ou física), estamos muito próximas de quem sofre. Culturalmente e socialmente, a violência contra a mulher é envolta de uma certa tolerância, que se manifesta a partir da culpabilização da vítima, da desconfiança de seu relato e da naturalização do comportamento do agressor. Isso faz com que as mulheres ainda tenham muito dificuldade para denunciar e de falar sobre isso. Olhando para as estatísticas e ao seu redor, quantas histórias você já ouviu de mulher próximas a você que já sofreram algum tipo de violência?

O projeto em andamento usa a apropriação de imagens pertencentes ao acervo e de falas (relatos gravados em áudio) para trazer para luz essa questão que costuma ser silenciada ou circular apenas em pequenos círculos.

Caso você tenha uma história que sente que gostaria de compartilhar, mande seu relato em texto ou em áudio para: masponchiado@gmail.com

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O Brasil é um país em que a violência é estrutural e normalizada, tendo algumas das taxas mais altas do mundo, e com a violência contra a mulher não iria ser diferente. Veja alguns dados sobre o tema:

■A cada 2 segundos, uma mulher é vítima de Violência Física ou Verbal = 43.200 / dia

■A cada 2.6 segundos, uma mulher é vítima de Ofensa Verbal = 33.230 / dia

■A cada 6.3 segundos, uma mulher é vítima de Ameaça de Violência = 13.714 / dia

■A cada 6.9 segundos, uma mulher é vítima de Perseguição = 12.512 / dia

■A cada 7.2 segundos, uma mulher é vítima de Violência Física = 12.000 / dia

■A cada 2 minutos, uma mulher é vítima de Arma de Fogo = 720 / dia

■A cada 16.6 segundos, uma mulher é vítima de Ameaça com Faca ou Arma de Fogo = 5.240 / dia

■A cada 22.5 segundos, uma mulher é vítima de Espancamento ou Tentativa de Estrangulamento = 3.840 / dia

■A cada 1.4 segundo, uma mulher é vítima de Assédio = 61.714 / dia

■A cada 1.5 segundo, uma mulher é vítima de Assédio na Rua = 57.600 / dia

■A cada 4.6 segundos, uma mulher é vítima de Assédio no Trabalho = 18.782 / dia

■A cada 6.1 segundos, uma mulher é vítima de Assédio Físico em Transporte Público = 14.163 / dia

■A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada = 130 / dia

■A cada 2 horas, uma mulher é assassinada = 12 / dia

Fontes: Instituto Maria da Penha / Relógio da Violência (http://www.relogiosdaviolencia.com.br)

Visível e invisível: A vitimização de mulheres no Brasil (Fórum Brasileiro de Segurança Publica + Datafolha, 2017: http://www.forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2017/03/relatorio-pesquisa-vs4.pdf)

Instituto Patricia Galvão (https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/dados-e-fontes/)

Panorama da violência contra as mulheres no Brasil (Senado, 2018: http://www.senado.gov.br/institucional/datasenado/omv/indicadores/relatorios/BR-2018.pdf)

Ao lado, algumas das imagens que fazem parte do projeto.
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